A geração que tem medo de amar
“Parece ironia querer viver um amor no século da putaria.”
Somos um bando de narcisistas egoístas; pensando que o mundo gira em torno do nosso próprio umbigo e justificando tudo com um discurso sobre “amor próprio”. Somos uma geração de egocêntricos superficiais. Nos ensinaram que devemos “jogar”; fingir que não queremos algo, mesmo quando queremos. Nos ensinaram que devemos “dar gelo”, nos “fazer de difícil” e demorar para responder. Nos ensinaram a não correr atrás de quem a gente gosta e nem demonstrar; pois assim estaríamos “nos dando valor”. Como se nosso valor fosse definido/medido pelo tempo que demoramos para responder uma mensagem…
Gente, isso é loucura! Algo deve estar muito errado ou devo estar pirando em pensar que entrando nesse jogo e fingindo ser uma pessoa que não sou, vai me tornar alguém melhor. Eu tenho que ter a autoestima muito afetada para achar que se eu for atrás e mostrar que me importo, vou ser “menos valiosa”. Ensinaram que devemos “jogar na mesma moeda”. “Ah, se ele beijar outra na sua frente, você beija também.”
Alou! Meu caráter não muda pela falta de caráter do outro. Aqui eu não faço nada para impressionar, afetar ou cutucar ninguém. Meu bem maior é ser honesta comigo mesma, com os meus sentimentos e princípios. Prezo em botar a cabeça no travesseiro e dormir bem, estar com a consciência limpa.
Seguimos uma teoria babaca e totalmente errônea de que para alguém nos amar devemos fingir desinteresse. Desde quando fingir desinteresse tornou alguém mais interessante?! Somos a geração que foi educada para não acreditar, não confiar, não se apegar e esperar sempre o pior do outro. Somos uma bando de medrosos, com medo de se envolver, se ferrar, quebrar a cara, de não suprir expectativas e com medo de arriscar.
Uma geração que tem medo de amar e tem medo de tudo. Somos orgulhosos e sem empatia. Falamos tanto no tal do amor próprio que esquecemos do amor ao próximo. E meu bem, se as feridas do teu irmão não te causam dor é porque a tua doença é muito mais grave que a dele. E você pode até ser uma pessoa de valor, mas se a outra pessoa não tiver valores, ela nunca vai reconhecer isso em você.
Quer saber? Eu posso até fazer parte dessa geração doente, mas não a sigo. Sou dos poucos – intensos e emotivos – que ainda seguem o coração. E nem ligo de ser taxada de trouxa, fraca, tola, iludida. Sou transparente. Me jogo. E sim, eu quebro muito a cara, mas também amo muito. E quando sou amada de volta, não há alegria no MUNDO que se equipare a tal sentimento.
Não sigo regras, jogos, teorias ou conselhos… faço o que estou afim; ou melhor, o que o meu coração me diz para fazer. Tenho muitas histórias para contar. Vivo intensamente e sei que se eu morrer amanhã, as pessoas que eu amo vão saber que foram MUITO amadas por mim. E que foram amadas da maneira mais intensa e pura possível. Para mim, isso sim é ser uma pessoa forte, corajosa, com amor próprio e autoestima elevada. Eu não tenho medo, sempre dei minha cara à tapa. Este é o meu mundo e nele eu falo o que sinto e demonstro; porque sei que o amor é raridade.
Escrito por Luísa Soares.
Poxa Luísa que maravilha de texto, ele fala verdades que parecem duras mas na verdade é a transmissão mais sincera de amor, amor é coragem e isso não é pra qualquer um mesmo! Gratidão eterna