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Explorando o Egito

Gente, tenho tantas coisas pra contar que nem sei por onde começar e espero não esquecer de nada… Bom, vou explicar o real motivo da minha viagem e de onde surgiu a ideia de ir para o Egito.

Um dia minha irmã veio com a ideia de ir para a África fazer trabalho voluntário através da AIESEC e comentou que haviam vários programas de intercâmbio através dessa organização. Eu, como nem gosto de viajar, fui lá fuçar o site e me deparei com a oportunidade de participar de um projeto social voluntário onde o principal objetivo seria divulgar o turismo no Egito. Tinha opção de ir também para Índia e Rússia com o mesmo intuito, mas nem pensei duas vezes, Egito é um sonho de criança. O país precisa de ajuda, pois sua economia é baseada no turismo e o mesmo decaiu muito devido a conflitos internos, economia e também por ser considerado um local perigoso e mal falado pelas mídias. Quando comentei com algumas pessoas sobre a possibilidade de ir para lá, o que mais ouvi foi : “Tá doida? Ir sozinha? É um perigo!” Abstrai os comentários, pois sou dessas que só acredita vendo com os próprios olhos e eu tinha certeza que poderia contribuir muito utilizando as minhas redes sociais. Enfim, me inscrevi no site e na mesma semana fui aprovada. Tinha menos de um mês para resolver tudo sobre a viagem, a questão do visto, seguro, passagens, etc. Poderia ter deixado para ir no fim do ano, mas preferi ir em Julho para fugir do inverno do Brasil e aproveitar o verão por lá.

Dia 18 de Julho embarquei com destino a capital – Cairo – e ao chegar no dia 20, fui recebida por um dos membros da organização, que me deu carona até o hostel. Todos os outros integrantes do projeto já estavam acomodados e fui uma das últimas a chegar pelo fato de ter fechado a viagem em cima da hora. O Backpacking Egito contava 52 integrantes de 22 diferentes nacionalidades, unidos pelo mesmo objetivo que eu.

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Cairo por Alex Tsolovikos.

E lá estava eu, desnorteada, em quarto minúsculo que mal cabiam as minhas malas. Eram 03:00 da manhã e estava suando sem parar naquele local que tinha apenas um mini ventilador. Primeiro pensamento que surgiu foi “Onde fui me enfiar?”. Com aquele calor todo, resolvi deixar a porta do quarto aberta. Estava acabada e me deitei para dormir. Eis que no meio da noite acordo com uma surpresinha, um gato dentro do meu quarto. Putaqueopariu, estava começando a ficar irritada. Me desperto ao meio dia, com aquele calor insuportável e com moscas – diversas delas – pousando sobre o meu corpo. Para não dizer que estava desesperada com aquilo tudo, comecei a achar tragicômico. Sai do quarto e fui conhecer as outras brasileiras que estavam por lá, já havia conversado com as mesmas apenas em um grupo do What’s. Pelo jeito tudo aquilo era muito normal para elas, que riam da minha cara de apavorada e por um momento me senti uma fresca/patricinha. Pensei “Po Luísa, calma aí, você já conviveu com baratas e muitas outras coisas parecidas na Austrália, você vai tirar essa de letra.” Ali começou a minha viagem… Pensamento positivo e a certeza que tudo aquilo que enfrentamos sempre, em cada etapa da nossa vida, é um ensinamento e crescimento pessoal. Bora explorar o Egito…

Dia 20 – Neste primeiro dia fiquei com o pessoal que havia acabado de conhecer, saímos para almoçar e já me fizeram experimentar algumas das comidas tradicionais egípcias. Primeiro provei o tal do Falafel, uma espécie de bolinho frito de grão de bico (ou fava) e vários outros condimentos. Depois provei o Koshary  prato servido com arroz, lentilha, macarrão, grão de bico, molho vermelho e alho frito. Ambos eram deliciosos, porém extremamente calóricos e no geral, as comidas tradicionais eram baratas. Seguindo o fluxo, fomos parar no City Stars, um shopping enorme, lindíssimo, que dá de “dez a zero” em muito shopping do Brasil. Algo me chamou atenção ao entrar no local, pois todas as pessoas são obrigadas a passar por uma inspeção tipo de aeroporto, com esteiras de Raio X para as bolsas e detectores de metais… Ok né?!

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Cairo por Δώρα Κασσή.

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Foto do final de tarde no Cairo tirada por Mert Denizli.

Dando a volta pela cidade de Uber (só usávamos este meio de transporte lá) deu para perceber que o transito é caótico, ninguém respeita a sinalização, nem mesmo os pedestres e usam a buzina de maneira desenfreada. E para quem está se perguntando “Por que só Uber?”. Bom, foi uma dica que recebemos por ser um transporte mais seguro; além disso, os taxistas aumentam as taxas para turistas e poucos deles falam inglês.

Dia 21 – Fomos em um mercado muito famoso na cidade, que tem mais de 1.000 anos, o Khan el Khalili. O local parece a 25 de Março, cheio de pessoas, diversas lojinhas e lotado de quinquilharias. Lá é o lugar ideal para comprar presentes e souvenires a preço popular. É parada obrigatória para os turistas e vale a pena conhecer.

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Khan el Khalili por Debbie.

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Uma volta neste mercado foi o suficiente para perceber bem a cultura local e o jeito invasivo dos homens perante as mulheres – principalmente nós estrangeiras. Por não nos vestirmos como as muçulmanas, chamávamos muita atenção ao caminhar por lá e ouvíamos assobios e outras coisas em árabe; que claro, não entendíamos.

Como uma conclusão geral sobre este assunto – que é consideravelmente polêmico – até o final da viagem passamos por diversas situações engraçadas com os homens de lá. No Cairo, por ser metrópole, nos vestíamos sempre tampando as pernas e quando optávamos por usar regata, colocávamos o lenço por cima. Mesmo cobertas, o assédio era grande, onde pediam para tirar fotos com a gente e algumas situações éramos seguidas nas ruas (mas nunca faziam nada, era mais por curiosidade). Graças a Deus, nunca passamos por situações piores, porém já ouvi relatos de mulheres que foram sequestradas e estupradas no país. Eu não achei o Egito perigoso, mas também não dava sorte para o azar, então nunca saia sozinha para nenhum lugar.

Dia 22 – Dia de passeio, acordamos cedo para ir para o deserto de Fayoum. Entramos naqueles carros 4×4 e eu estava me sentindo em cena de filme com aquela imensidão de areia. Eita coisa linda, nunca havia estado em um deserto na minha vida.

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Foto de Peter Ndung’u

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Foto de Eve

Passamos o dia todo naquele lugar incrível. Paramos em um acampamento improvisado, onde almoçamos e fizemos sandboard. Assistimos ao magnífico pôr do sol e ficamos até de noite para ver o céu estrelado, com direito a fogueira, marshmallow e tudo. E que céu!!! É tão raro, com a urbanização, poder ver algo parecido que chega a impressionar a quantidade de estrelas e estrelas cadentes.

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Acampamento no deserto, foto de minha autoria.

Final de tarde no deserto, tirada por mim.

Sunset no deserto, por Heloise Meirelles.

Dia 23 e 24 – Nesses dois dias não conhecemos nenhum lugar turístico, ficamos apenas pelos arredores do hostel. Ah, não posso esquecer de comentar que a 5 minutos do nosso hotel, passava o Rio Nilo – considerado um dos maiores rios do mundo. O Nilo foi o principal fator para o desenvolvimento da sociedade egípcia. Sem ele, seria impossível qualquer tipo de evolução, já que lá o deserto é predominante. O rio tornou-se essencial e sagrado e não é atoa que o Egito é chamado de “a dádiva do Nilo”.

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Final de tarde no Rio Nilo, foto tirada por mim.

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Julia T, Mavick, Julia C, Helo – minhas amigas Brasileiras no Egito.

Aproveitamos para descansar e comprar o que faltava para o Backpacking, que se iniciaria no dia 25. Pelas próximas duas semanas estaríamos viajando e conhecendo os lugares mais importantes do país.  E deixo essa parte, acredito que a mais importante, para o meu próximo post, onde continuarei contando a minha aventura pelo Egito…

 

“O objetivo de viajar é regular a imaginação pela realidade, e em vez de pensar como as coisas podem ser, vê-las como eles são.” Samuel Johnson




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